Não saber a verdade foi seu erro.
Viver naquele enorme balão colorido, também.
Quando o pilar desabou,
o balão veio ao solo em delirante bailar
e seu turvo ar se dissipou sob o olhar
daquele vacilante amor.
Mãos, pés, cabeça
caindo num rodopiar frágil.
De dentro do cesto sem chão
tentou agarrar-se a algo - foi em vão
desfazia-se no incerto azul daquele dia,
seu antigo reduto de paz.
Seus objetos despencaram contra o vento,
pertences de uma vida plena
ignorante de sua infelicidade.
Talvez por não querer sabê-la,
assim estaria melhor?
E o agora nunca havia se feito tão presente:
e agora?
Descobriu no amor um abismo,
encontrou espinhos desleais
a ferir quem colhe a rosa:
aquele mesmo quem a plantou.
E feliz era naquele balão apoiado no pilar.
Nunca havia visto a base:
densas doces nuvens cercavam sua redoma.
Só nesse agora foi perceber
o quão alto estava.
O chão tão longe,
o tempo tão distante,
o sonho já errante.
Teria que reaprender a viver lá embaixo
no mundo dos homens.
Marcio Maffili
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